terça-feira, 1 de dezembro de 2009

infância, adolescência, adultescência, ...

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Infância - Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ela

Ela era tão linda.

Ela era todas.

Ela era todos.

Ela era tudo.

Ela era eu.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

educação e autoridade

por Lya Luft:

Antes de uma palestra sobre Educação para algumas centenas de professores, um jornalista me indagou qual o tema que eu havia escolhido. Quando eu disse: Educação e Autoridade, ele piscou, parecendo curioso: "Autoridade mesmo, tipo isso aqui pode, aquilo não pode?". Achei graça, entendendo sua perplexidade. Pois o tema autoridade começa a ser um verdadeiro tabu entre nós, fruto menos brilhante do período "É proibido probir", que resultou em algumas coisas positivas e em alguns desastres - como a atual crise de autoridade na família e na escola. Coloco nessa ordem, pois, clichê simplório porém realista, tudo começa em casa.

Na década de 60 chegaram ao Brasil algumas teorias nem sempre bem entendidas e bem aplicadas. O "É proibido proibir", junto com uma espécie de vale-tudo. Alguns psicólogos e educadores nos disseram que não devíamos censurar nem limitar nossas crianças: elas ficariam traumatizadas. Tudo passava a ser permitido, achávamos graça das piores más-criações como se fossem sinal de inteligência ou personalidade. "Meu filho tem uma personalidade forte" queria dizer: "É mal-educado, grosseiro, não consigo lidar com ele". Resultado, crianças e adolescentes insuportáveis, pais confusos e professores atônitos: como controlar a má-criação dos que chegam às escolas, se uma censura séria por uma atitude grave pode provocar indignação e até processo de parte dos pais? Quem agora acharia graça seria eu, mas não é de rir.

(...)Negar a necessidade de ordem e disciplina promove hostilidade, grosseria e angústia. Os pais, por mais moderninhos que sejam, no fundo sabem que algo vai mal. Quem dá forma ao mundo ainda informe de uma criança e um pré-adolescente são os adultos. Se eles se guiarem por receitas negativas de como educar - possivelmente não educando -, a agressividade e a inquietação dos filhos crescerão mais e mais, na medida em que eles se sentirem desprotegidos e desamados, porque ninguém se importa em lhes dar limites. Falta de limites, acreditem, é sentida e funciona como desinteresse.

Um não é necessário na hora certa, e mais que isso: é saudável e prepara bem mais para a realidade da vida (que nem sempre é gentil, mas dá muita porrada) do que a negligência de uma educação liberal demais, que é deseducação(...) Pobres pais atormentados, pobres professores insultados, e colegas maltratados. Mas, sobretudo, pobres crianças e jovenzinhos malcriados, que vão demorar bem mais pra encontrar seu lugar no grupo, na comunidade, na sociedade maior, e no vasto mundo.

Não acho graça nesse assunto. Meus anos de vida e vivência me mostraram que a menidade, que faz na escola ou nas ruas e festas uma baderna que ultrapassa o divertimento natural ao seu desenvolvimento mental e emocional, geralmente vem de casas onde tudo vale. Onde os filhos mandam e os pais se encolhem, ou estão mais preocupados em ser jovenzinhos, fortões, divertidos ou gostosas do que em ser para os filhos de qualquer idade algo mais do que caras legais: aquela figura à qual, na hora do problema mais sério, os filhos podem recorrer porque nela vão encontrar segurança, proteção, ombro, colo, uma boa escuta e uma boa palavra.

Não precisamos de muito mais do que isso para vir a ser jovens adultos produtivos, razoavelmente bem inseridos em nosso meio, com capacidade de trabalho, crescimento, convívio saudável e companheirismo, e, mais que tudo, isso que vem faltando em famílias, escolas e salas de aula: uma visão esperançosa das coisas. Nesta época da correria, do barulho, da altíssima competitividade, da perplexidade com novos padrões - às vezes confusos depois de se terem quebrado os antigos, que em geral já não serviam -, temos muita agitação, mas precisamos de mais alegria.
"Suas vidas lhes parecem bem aborrecidas pois, desde o instante que uma contrariedade lhe chega, a alegria em vocês desaparece muito rápido porque vocês a substituem pela decepção".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

chá



Sempre achei super divertido ficar brincando com o sachê do chá.
Amassá-lo, espremê-lo na água quente.
Se não me falha a memória, isso até me rendeu uma boa queimadura, quando eu era pequena.

Não sei se é resquício de infatilidade, mas ainda faço isso.

domingo, 11 de outubro de 2009

amor

Amor não tem uma fórmula pré-determinada. Infelizmente, fomos criados à base de comédias românticas holywoodianas e clichês, que nos fazem ter uma idéia completamente equivocada do amor.

De vez em quando a gente faz umas descobertas geniais pra nós mesmos, não é? Hoje, eu descobri, mais uma vez, o homem da minha vida. Eu sei que ele me ama, e definitivamente não é no estilo comédia romântica holywoodiana e clichê, mas é amor. E aí eu percebo quão idiotas são todas as minhas nóias periódicas. Queria não esquecer disso nunca, ser feliz sempre...

Não sei explicar, só sei sentir. O quanto ele me faz bem.



Obrigada por tudo.

sábado, 10 de outubro de 2009

foie gras

Crueldade

Muitos contestam o método de alimentação dos gansos e patos, considerando-os forçados e cruéis. Eles usam o termo gavage, que em francês significa "estufado por alimentação em excesso" (e também é um termo médico para a alimentação daqueles que não podem fazê-los sozinhos). Após pressão política de organizações de direitos dos animais, certas jurisdições baniram a prática de gavage.

Muitos produtores de foie gras não consideram seus métodos cruéis, insistindo que é um processo natural que explora a capacidade do animal. Eles argumentam que patos e gansos ingerem grandes quantidades de alimento antes da migração. Salientam ainda que patos e gansos não possuem o reflexo de engasgar, não sentindo assim nenhum desconforto.

No final de uma coalizão francesa de grupos protetores dos direitos dos animais publicou a Proclamação Pela Abolição do Gavage, clamando que a prática de alimentação forçada já é ilegal, baseando-se nas leis atuais de proteção aos animais na França e na União Européia. Entretanto, essas leis deixam muita margem à interpretação. O Conselho da União Européia publicou a Diretiva 98/58/EC em 98 concedendo proteção aos animais das fazendas. A diretiva estipula que "produtores ou donos de animais devem assegurar o bem dos animais e cuidar para que esses animais não sofram desnecessariamente".

Um relatório científico da União Européia aponta que a mortalidade dos animais aumenta de 10 a 20 vezes durante o período de alimentação forçada. Além disso, enquanto as conseqüências da alimentação forçada em pássaros é reversível, o "nível de esteatose deveria ser considerado patológico".

O relatório da União Européia também enfatiza que a contínua alimentação forçada causa a morte prematura dos animais. Também reconhece que os produtores não colocam os fígados de seus pássaros em um estado patológico. O tempo de engorda dos fígados é cuidadosamente controlado para que o animal seja abatido antes que haja risco à saúde. Um animal que pára o processo de alimentação forçada retorna ao seu peso normal. Produtores e o relatório também respondem às críticas da crescente mortalidade ao notar que a mortalidade geral de patos e gansos na produção do foie gras é muito menor que nas fazendas que engordam galinhas e perus.

Algumas afirmações fisiológicas alegadas pelos produtores são contraditas no relatório da União Européia. Em resposta ao engasgo das aves, o relatório diz, "a área da orofaringe é particularmente sensível e é fisiologicamente adaptada para produzir um reflexo de engasgo para prevenir que fluidos entrem na traquéia. A alimentação forçada teria que contornar esse reflexo, já que para as aves isso é forçoso e pode ocasionar danos". Alguns críticos argumentam que os pássaros estariam melhores se fossem sedados antes de serem alimentados. Outros sugerem a remoção cirúrgica do fígado dos pássaros que morreram de causas naturais e então inseri-los em soluções de gelatina, álcool e manteiga.

Grupos de indústrias afimarm que a alimentação forçada não é cruel e mesmo que os animais apreciam esse tratamento. O comitê da União Européia levou adiante vários testes para detectar dor ou estresse através da observação dos hormônios e todos eles foram inconclusivos ou sem diferenças significativas. O comitê não observou quaisquer sinais de que os animais apreciavam a alimentação forçada, e observou que patos tentavam fugir quando seu alimentador entrava na sala. (:'() Entretanto, veterinários que trabalham em fazendas de foie gras têm observado um comportamento que indica que os animais apreciam a alimentação forçada.

Alguns produtores de foie gras dos Estados Unidos procuram proteção como "exceção cultural", semelhante às touradas no sul.

Em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Foie_gras

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

idiot, slow down


Eu tava com uma vontade de escutar No Surprises. Como eu ia tomar banho, coloquei o cd no som, pensando em escutar enquanto o fazia. Só que No Surprises é uma das últimas músicas do Ok Computer, e eu tava afim de demorar no banho, escutando músicas aleatórias. Aí coloquei no shuffle. Eu esperaria ela tocar. Não seria problema nenhum, já que todas as músicas do álbum são ótimas... e alguma hora ela iria tocar, né. Mas ela foi a primeira.

Depois veio The Tourist. Linda música, linda... é engraçado, à medida que eu ia escutando o cd, cada música que começava, era um êxtase: "caralho, eu adoro essa música!", EIouhEOIUe claro, eu adoro todas! Esse álbum é maravilhoso.

Aí eu lembrei que a primeira vez que eu ouvi The Tourist foi porque Paulo me mandou. Não Paulo, Paulo. Paulo, o outro. O primeiro. O Belo. Hahaha. Não que o outro não seja belo... só que esse é com letra maiúscula.

Fiquei pensando em como uma pessoa, que fez parte da minha vida por um tempo relativamente curto, pôde mudá-la tanto. Acho que foi nesse momento que eu comecei a gostar de Radiohead. E hoje em dia eu gosto bem mais até do que ele. Kekeke. Ele nem foi pro show em São Paulo. Eu nunca conseguiria não ter ido.

E fiquei tão feliz, ao perceber em como a gente interfere, sem nem perceber, na vida do outro. Me lembro novamente da minha epígrafe de Ensaio sobre a cegueira, uma das partes que mais me marcaram durante a leitura do livro: "Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão(...)".

Depois veio Climbing Up The Walls e Lucky. Putz, eu queria muito ter uma banda cover de Radiohead pra tocar essas músicas, haha.

Bom, é isso. Sejam bons para as pessoas. Às vezes você deixa uma marca na vida delas, e nem percebe. Essa marca pode ser positiva ou negativa. Só depende de você.

Deixo aqui o vídeo de The Tourist.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

idreamedadream


Um dia desses, sonhei que meu pai era atacado por um cachorro, aí ele ficava sem um pedaço.

O cachorro arrancava o coração dele, ou uma parte do coração, algo assim.
Meus sonhos sempre são muito surreais...
São?
A vida é cheia de altos e baixos, mesmo. É assim mesmo. Às vezes você se sente o máximo, às vezes você se sente uma merda.
Acho que foi minha educação que me fez ficar insegura. Você não precisa achar quem você admira melhor que você. Você não tem que se sentir ameaçado por quem você admira. Quem você acha legal é legal, e você também é! E existem pessoas, não necessariamente as mesmas, que admiram você. Pode ter certeza disso.

Eu ia finalizar dizendo novamente que, de qualquer jeito, você não deve se importar com a opinião dos outros. Mas isso seria idiota e hipócrita. Nós somos seres sociais e nos importamos com os outros. Às vezes eu não queria, e acho que não devia. Mas é assim, e, no fundo, não há mal nenhum nisso.
Eu fico muito agoniada quando eu tenho uma inspiração pra escrever. E eu sou toda cheia de fases: tem a época em que eu to mais sensível, a época que eu to isso ou aquilo... e, pelo visto, eu tenho a época de escrever. E aí, vem um brainstorm, um monte de coisa na minha cabeça que eu quero escrever, ao mesmo tempo. Muitas vezes, eu to escrevendo um negócio e já pensando em outro - e eu fico agoniada pra terminar logo pra não me esquecer do segundo pensamento! É super emocionante, a tensão, HAHAHA! A merda é que várias vezes eu esqueço... é super frustrante.

É por isso, RAUL, que eu posto 50 mil vezes em um só dia, um atrás do outro. Hehehe. Isso foi tudo de hoje.

Bom, espero que não venha mais nenhuma inspiração inconveniente (se é que há essas), porque meu pai já tá me enchendo o saco pra eu ir almoçar e dizendo que se eu não comer e for pro hospital, eu não vou poder escrever nem ler nem publicar porra nenhuma.

Ah, pronto. Agora que acabei, vem o alívio. É quase um orgasmo. E agora dá um soninho... como o gozo ejaculado, esvaziei minha mente. (Que ozzy)
Não pensem que me conhecem lendo esse blog... kekekekeke
Fico puta de conhecer as pessoas perfeitas e não poder ser amiga delas. Só poder me relacionar PROFISSIONALMENTE.

Não sei o que é pior. Se eles não fossem meus professores, provavelmente eu nem os conheceria, pela diferença de idade. E se chegasse a conhecer, não me aproximaria, pelo mesmo motivo. Ou se é ter que se contentar com essa amizade pouco íntima.

Por que as pessoas perfeitas não podem ser todas da minha geração e morar junto de mim? Muitas são e moram, mas eu queria que fossem todas!!! IEUhIOEUHi Queria poder ir pra farra com meu prof. de geografia ou minha prof. de literatura, sem necessariamente isso significar que eles são uns escrotos porque tão saindo com a aluna. Queria poder encontrar Danilo, que mora lá em Santa Catarina. Mas não dá. É foda.

o povo do meu colégio é tão idiota

Ontem, a gente tava tendo uma aula perfeita de literatura. Enquanto eu tava lá na frente, suspirando e com os olhinhos brilhando, a galera do fundão retardada ficava badernando lá atrás.

Isso é tão medíocre. Essas pessoas são assim porque nunca refletiram sobre si mesmas. Eu acho que eu tava tendo tanto ou mais prazer do que elas assistindo à aula. Mas ficar fazendo merda dá um prazer muito mais INSTANTÂNEO. Elas são tão superficiais. Elas são como animais. Se ser humano é ser RACIONAL, então tudo que chama à razão nos torna mais humanos. Esse povo fica agindo feito um bando de babuínos balbuciantes, como diria Minerva (haha).

Era melhor nem vir pra aula. Eu acho até que uns deles tentam, mas os pais não deixam. Porque sabem que o filho é imaturo, e não confiam quando ele diz que não quer ir pra aula. Po, eu chego pro meu pai e digo que a aula amanhã é inútil, ou que eu to cansada e não vou prestar atenção mesmo, ele deixa eu ficar em casa dormindo na moral. "Você já tá grande o suficiente pra saber o que é melhor pra você, eu confio no seu julgamento". E dá certo, ué. Mas esses pais sabem os filhos que têm. Claro! Foram eles que os educaram! E dá pra imaginar que tipos de pais são esses, né? É só olhar pra fila de carros que fica na frente do colégio quando eles vão apanhá-los ou deixá-los, trancando a rua por um tempão, pra fazer os caprichos do filho mimado. E o exemplo se repete com seus prodígios pimpolhos: a fila da cantina é um inferno. Parece luta pela sobrevivência, um passando por cima do outro, eu hein. Tudo um bando de mal-educado. E isso é a elite dessa cidade, hein.

Eu não vou nem dizer o nome de uma criatura, a pior de todas que tem lá na minha sala, mas é impressionante. O menino só vive fazendo merda, e ele fez intercâmbio e foi pra Porto Seguro esse ano. Porra, vê mermo. O menino só faz cagada e os pais presenteiam ele com duas viagens. Porto Seguro eu sei que é uns mil reais. Realmente. Aí ele fica assim.

Eu ESPERO que ano que vem eu não tenha mais que conviver com esse tipo de gente. Sério, eu mereço.

Claro que eu vou conviver com imbecil o resto da vida, mas espero que a tendência seja diminuir a proporção cada vez mais, e a proporção de gente legal, em contrapartida, vá aumentando... não na proporção inversa, mas na função exponencial decrescente, pra ir bem rápido...

walk on by...

Adoro me locomover à pé. Fazendo isso, estou ajudando o planeta triplamente:
1) Como não estou andando de carro, há menos poluição no ar;
2) Consequentemente, há menos 1 carro nas ruas, o que dá uma folga no tráfego dos veículos; e
3) Estou contribuindo para a felicidade geral da nação, trazendo mais uma mulher linda e de pernas torneadas para embelezar o mundo. HAHAHAHAHAHAHAHHAHA.

Eu andaria muito mais, se aqui não fosse tão perigoso e tão calorento. É tão bom. Andando, eu, invariavelmente, acabo refletindo. Questiono estar no mundo.

O ruim é não ter um lugar onde anotar! E como eu fico muito noiada em esquecer as coisas, parece que quanto mais medo você tem de uma coisa, você FAZ ela acontecer.

Já notei isso em mim. Eu tenho mais medo e fico mais ansiosa com a EXPECTATIVA de algo ruim acontecer (e isso pode ser ficar ansiosa - ânsia da ânsia q?!?!??!) do que quando a coisa acontece, realmente! Sério! Acho que se eu ficasse grávida realmente, eu ficaria mais calma do que eu fico quando minha menstruação atrasa (haja nóia). Uma coisa que me deixa muito ansiosa também é medo de passar mal. Eu já passei mal muitas vezes na vida e adquiri um trauma. Tenho medo de vomitar e tal. Mas depois que eu começo a vomitar, eu fico mais calma do que antes, do que quando eu tava com medo disso acontecer. Tipo, meio que eu posso relaxar, sabe?? "Uh, finalmente veio, agora não preciso mais me preocupar se vai vir ou não". Acho que às vezes eu até contribuo pra que eu comece a passar logo mal, quando eu vejo que vai vir e tá me agoniando muito já, porque aí "acaba logo", a ânsia. Bom, às vezes nem acaba, mas me dá uma sensação de alívio poder spit it out. E aí às vezes eu acabo causando minha própria desgraça, porque minha ansiedade frente à possibilidade de algo ruim acontecer me deixa mal.

Isso é tão idiota, né? Mas, nessas situações específicas, às vezes não consigo evitar. Mas eu to melhorando. Faz tempo que eu não tento beber, mas pode ser que próxima vez que eu tente, eu nem seja mais traumatizada e nem sabia. Das últimas vezes, eu bebia um gole e já ficava noiada. "Ai meu Deus, agora pode ser que eu passe mal, porque bebi". Putz, relaxa. Se passar mal, passou. Pra que morrer de véspera?

clarice lispector e eu...

...teríamos nos dado bem.
Queria ser poetisa, mas sou cronista.

luxlixoluxolixolixoluxlixoluxoloxi

"O luxo gera lixo".
Compramos algo, depois esse algo ou, no mínimo, sua embalagem, vai parar no lixo.
O lixo só gera luxo quando trocarmos essa idéia. Sustentabilidade.

Há 4 tipos de lixo:
- Orgânico
- Inorgânico (ex.: plástico)
- Tóxico (ex.: pilhas)
- Hospitalar

Parte dos lixos orgânico e inorgânico podem ser reciclados. Nesse processo, o homem imita a natureza. Faça Coleta Seletiva.

www.telesurtv.net

A América Latina de dentro pra fora. Começou há 3 anos, na Venezuela, no governo de Chávez. Assista à mesma notícia com um olhar diferente das emissoras privadas e midiáticas que têm destaque no Brasil.

Nos jornais da globo, como se refere à crise de Onduras? "Governo interino". Não é um governo interino (provisório), é um governo golpista.

E ontem, sobre os testes de mísseis no Irã: "mais uma vez, o Irã transgride as normas internacionais de paz e bla bla bla". Mas po, o Irã, como qualquer país, não tem direito de se militarizar? Querer se proteger? Não pode só porque é muçulmano, aí é terrorista, é? Quem ditou isso? Por acaso os EUA se desmilitarizaram depois dos acordos de paz da ONU? Nove países do mundo têm bombas atômicas, incluindo os EUA e a antiga União Soviética. Então vão se fuder. É esse jornalismo de merda, a mídia parcial.

pré-sal

O debate a respeito do Pré-Sal é antigo, mas vem ganhando divulgação agora.
Há uma grande expectativa em relação ao pré-sal, como se ele fosse a solução pra todos os problemas sociais e econômicos do país. É muito cedo pra se prever isso, até porque, mesmo que o pré-sal possa ser utilizado como possibilitador e criador das condições necessárias para desenvolver o país, não é simplesmente cuidando dele que isso vai acontecer. É preciso de um planejamento muito bem formulado de utilização desse pré-sal, e em conjunto com outras ações de teor estrutural, na educação e na inserção social.

Além disso, nem se sabe ainda se o petróleo encontrado será economicamente viável. A possibilidade de dar certo é 50%. Para se definir uma possível reserva como viável é necessário que a camada de petróleo a ser retirada seja grande o suficiente para valerem a pena os gastos com a extração e que seja de qualidade. Já sabemos que a área em potencial tem um grande reservatório, mas ainda estão sendo feitos os testes nas Reservas Tupi, onde a camada de sal é menos espessa. O petróleo de lá retirado não é comercial, mas sim para fins de teste.

Não se sabe ainda se será viável extrair esse petróleo. Os estudiosos estão otimistas, mas a camada de sal é um grande dificultador pra perfuração, porque o sal é uma substância muito instável. O Brasil necessitará de um grande investimento tecnológico, pois o duto de sucção terá de ser instalado praticamente ao mesmo tempo em que se perfura a camada de sal, senão, o sal se espalhará e o canal vai ser coberto de novo.

Terá que ser pensado também o destino desse petróleo. Como os custos são altos, vale mais a pena comercializar o petróleo refinado, e não apenas o óleo bruto. E para refinar o petróleo, precisa de MAIS investimentos e MAIS tecnologia. E MAIS dinheiro.

Em 2030, está previsto uma demanda global por petróleo muito maior do que a atual, em choque com a quantidade de reservas disponíveis, que, até lá, diminuirão bastante, já que o petróleo é um recurso natural finito, esgotável.

Daí, existem algumas possíveis consequências:
- Incorporação de novas descobertas;
- Fontes alternativas de energia;
- Maior eficiência energética.

Isso pode ser uma coisa boa (para o Brasil), ou não... (para o mundo todo, em geral). Se o Brasil potencializar essa grande reserva daqui, podemos nos tornar grandes produtores e exportadores mundiais de petróleo. O Brasil tem a vantagem de que ele é um país em desenvolvimento num estágio muito avançado, então ele tem as vantagens de um país rico como os EUA de ter a tecnologia disponível pra aproveitar esse potencial energético e não tem as desvantagens dos países pobres, que se tornam dependentes e lucram pouco.

O problema, como dito, é achar que o pré-sal é a solução pra todos os problemas do Brasil.

O custo será alto: estima-se US$ 600 bilhões. Quase a metade do atual PIB brasileiro. Para não haver prejuízos e suprir os custos, a expectativa de preço do barril aqui é de US$ 110,00. Hoje, o valor do barril é de U$65,00.

Para cobrir os custos, pretende-se investir em derivados e não tanto na exportação de óleo cru (bruto).

Há ainda a preocupação de acontecer a "doença holandesa": é um termo econômico que designa a concentração de investimentos em um setor em detrimento de outras redes produtivas que se descapitalizam, entrando em crise. (Foi o que eu falei no começo: vai ser impossível desenvolver o país se os investimentos se concentrarem apenas no pré-sal. Esse petróleo não vai realizar mudanças no país sozinho) Esse termo se chama assim porque quando a Holanda descobriu uma grande reserva de gás natural, isso aconteceu. Com o crescimento econômico, a moeda local se valorizou, reduzindo as exportações, pois os produtos ficam mais caros, e aí temos uma crise econômica. Tem que se tomar cuidado.

O Brasil já trabalha com extração de óleo há muito tempo, como na Reserva Tupi e na Reserva Iara(!), mas é só na região anterior ao Pré-Sal, o chamado Pós-Sal. A responsável por tudo isso é a PetroSal, empresa estatal de regulamentação.

Muita gente pensa que petróleo só serve para combustível, mas existem muitas outras áres em que o petróleo é necessário. Na medicina, por exemplo. Isso nos lembra o quanto somos dependentes dos recursos naturais para nosso conforto. Não digo nem sobrevivência, porque dá pra sobre-viver sem muita coisa da qual a gente precisa hoje em dia, mas o problema é a qualidade e o modo como estamos acostumados. Quando um computador quebra, a internet cai, falta energia, tudo pára. Aí a gente vê o quanto somos dependentes da tecnologia. E isso é uma merda. Temos que pensar em outras alternativas pra não ficarmos tão limitados. Afinal, daqui a uns anos, o petróleo acaba. Parece que vai demorar, mas passa num instante.

Temos que cuidar desses recursos. Com um facão, em 2s se destrói uma planta de 1m que a natureza pode ter levado mais de 15 anos pra produzir. O ser humano é tão egoísta, então por que não pensa em si próprio? Além de egoísta, ainda é burro, tá se iludindo. Os únicos prejudicados com isso tudo serão todos nós. Quero só ver norte-americanozinho de merda viver sem petróleo daqui a um tempo.
Hoje, 2 am
Quando eu to assim como eu to agora, eu fico pensando em tantas coisas ao mesmo tempo e tão rápido, que elas se atropelam e passam uma por cima da outra, e eu nem tenho tempo direito para assimilar o que eu tava pensando. O que é uma pena, porque assim eu perco tantas reflexões interessantes... é tão frustrante. É como o poeta que perde a inspiração súbita, que de sopetão vai embora, tão fugaz quanto chegou. E o que sou eu, senão uma poetisa, produzindo versos sobre a própria vida?

Eu não consigo evitar refletir. Os pensamentos vêm e vão com uma facilidade... quase como se tivessem vida própria! E acho que têm... meus pensamentos são minha alma... meu interior usa esse corpo só pra interagir com o exterior. Pra assimilar as filosofias.

A vida é tão efêmera. Tudo é tão passageiro... até os sentimentos, as vontades, os pensamentos... um minuto atrás, tudo que eu queria era registrar esse momento pra dividir com alguém... e agora já não faço mais questão. Mas, ainda assim, trago-o pra cá. Pra mim. Pra você(s), seja quem for.
Falo isso porque às vezes pareço melancólica, mas isso é momentâneo. Eu sou só meio indignada com algumas coisas. Mas eu sou muito, muito feliz. Sempre.
Eu sou tão feliz. Tão feliz. Tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz, tão feliz.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Adoro escrever. É um momento meu. Não faço questão que ninguém leia o que eu escrevo. Eu escrevo pra mim.
Cada vez mais eu vejo que você tem que viver pra si próprio. Os outros são idiotas demais. Se você for se importar com os outros, você tá fudido.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"A voz do povo é a voz da razão":

"Sofrimento enobrece".

"Quem sofre por besteira é porque não sofre".

Nunca imaginei quão certos estavam os que me diziam isso.
Sempre me falaram que sofrimento enobrece, fortalece. E que quem sofre por besteira é porque não sofre de verdade.

Quando eu to triste aqui em casa, aparentemente sem motivo, ou por algum motivo banal (briguei com o namorado, sei lá?), meu pai diz "tu tá é arrumando sarna pra se coçar, procurando problema onde não tem. Se tu passasse fome, não se incomodaria com TPM, com namorado, com a festa que não foi, com o show que não assistiu..."

Pois é. Eu vejo que eles têm razão. Quanto mais tristeza tem na nossa vida, menos triste a gente é. Porque a tristeza exige da gente uma postura diante da vida. Uma postura positiva.
- O mal é se nos acontece o mesmo que ao cavalo daquele, que morreu quando já se tinha desabituado de comer.
- Não seria má ideia, se é certo que o cavalo, quando morre, não sabe que vai morrer.
Um cego de nascença entre os novos-cegos:
"O que era defeito passou a ser virtude".

Uma pessoa que já está acostumada a viver na merda se adapta melhor aos tempos difíceis.

Pra ele, o mundo sempre foi assim.
A única coisa que nos diferencia dos animais é a razão, e nós temos tanta dificuldade em usá-la.

Os homens usam a força para se sobreporem aos outros. Mal sabem que a força é efêmera e finda um dia, enquanto o poder de um argumento é absoluto até que haja um maior que seja por todos aceito.
Pág. 138
Egoísmo: querem comer mais, mesmo que isso signifique deixar os outros sem comer.

Fernando Meirelles não transcreveu tão bem essa parte. (?)

Ele fez parecer mais que era ganância, que é, também, mas no filme eu pensei que eles só queriam coisas supérfluas, materiais, mas, na verdades, a onda é mais egoísmo, é mais comida o que eles querem.
1: "Psicologicamente, mesmo estando um homem cego, temos de reconhecer que há uma grande diferença entre cavar sepulturas à luz do dia e depois de o sol desaparecer".

2: "Há uma grande diferença entre um cego que esteja a dormir e um cego a quem não serviu de nada ter aberto os olhos".

3: "Para poder chegar aonde se quer, tudo depende de onde se esteja".

4: "Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver inteiramente como animais".
O remorso causado por um mal feito pelo prevaricador se confunde frequentemente com medos ancestrais de todo o tipo.

Prevaricador: que trai ou foge ao dever; que falta, por interesse ou má fé, aos deveres do seu cargo, do seu ministério; que torce a justiça; que procede mal; que corrompe, que perverte.
Painho: Eu só não queria ficar cego, não poder ler os meus livros, escrever.

"Nietzsche": Os problemas na vista me impediram de ler os outros filósofos e ser influenciado. Desenvolvi sozinho minha própria filosofia, fruto da minha mente, sem qualquer influência.
(Quando Nietzsche Chorou)

"Ao oferecer-se par aajudar o cego, o homem que depois roubou o carro não tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer intenção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais que obedecer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo que são, como toda gente sabe, duas das melhores características do gênero humano, podendo ser encontradas até em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples ladrãozeco de automóveis sem esperança de avanço na carreira, explorado pelos verdadeiros donos do negócio, que esses é que vão se aproveitando da necessidade de quem é pobre.
"Foi só quando já estava perto da casa do cego que a ideia se lhe apresentou com toda a naturalidade.
"(...)Quanto a nós, permitimo-nos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do afinal falso samaritano, naquele derradeiro instante em que a bondade ainda poderia ter prevalecido, refirimo-nos o oferecimento de lhe ficar a fazer companhia enquanto a mulher não chegava, quem sabe se o efeito da responsabilidade moral resultante da confiança assim outorgada não teria inibido a tentação criminosa e feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será possível encontrar mesmo nas almas mais perdidas".

Glossário
Empedernido: petrificado; endurecido; insensível; desumano; cruel.

cegueira

Achei umas epígrafes e comentários escritos no meu caderno na época em que estava lendo Ensaio Sobre a Cegueira. Fiquei tão feliz. Adoro reencontrar essas coisas.
Escrever é bom demais.
Então, aí vai.

domingo, 20 de setembro de 2009

Great people talk about ideas
Average people talk about things
Small people talk about other people
Agora começou a nova novela. As novelas desse cara são até legais, falam sobre a vida e seique. Só era bom que a gente já vivesse numa sociedade em que o fato da protagonista ser negra não fosse mais notícia, né.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Retórica Material

Graças a Deus, Caminho das Índias acabou. Nem vi o último capítulo. Até gostaria, mas enfim, acabei não vendo e não faço a menor questão.
Eu fico impressionada com o poder da Globo. Quando começaram a anunciar essa novela, eu pensava: "porra, que negócio ridículo. Com certeza não vai fazer o menor sucesso. E depois de O Clone, chega é sem graça colocar uma novela assim, e bla bla". Aí começa a novela e o povo com umas ondas de "Tik He", "Are baba" e seique... e eu achando cada vez mais trash.
E... pra meu espanto, a novela se tornou, SIM, um sucesso! É tão ridículo, isso! Na última semana, vi até anunciando um site que vendia produtos da novela, uns negócios indianos. Um dos produtos era uma caneca azul, com a logo "Caminho das Índias" impressa. Vê mesmo. Eu imagino uma pessoa comprando esse negócio (com certeza, deve ter gente que compra essas coisas). Eu imagino uma pessoa tomando o café da manhã com a caneca de Caminho das Índias. Meu Deus.
Segundo minha irmã, isso é Retórica Material, teoria de painho. Eu (ainda) não li as coisas dele, até porque é tudo coisa muito específica de direito, é meio sacal. Mas é isso aí, essa coisa de uma idéia ser difundida como real, e aí vai se difundindo, difundido... e aí aquilo passa a ser, realmente, REAL. A globo é foda né. Aí ficam passando no Video Show (um dos programas mais desprezíveis de todos os tempos, porque pior do que novela é ficar falando sobre novela) que coisas indianas tão na moda, e aqueles brincos enormes, e aqueles saris e bla bla bla... e aí Caminho das Índias vira o maior sucesso!

Are baba, minha gente!

sábado, 12 de setembro de 2009

The Sims 2

Sabe por que eu adoro jogar The Sims?
Porque no The Sims, a vida acontece do jeito que eu quiser.

sábado, 5 de setembro de 2009

medo do medo do medo medo do medo do

Eu tenho medo.
Tenho muito medo de me frustrar na vida.
Eu tenho tantos sonhos, sou tão romântica, tão idealizadora.
Por isso que às vezes eu ainda teimo em me prender, lá no fundo, a alguma crença em um deus justo ou sei lá o que.
Porque eu acho que eu mereço ter meus sonhos realizados.
Eu quero ser reconhecida, admirada.
Eu tenho meu valor. Sou uma exceção no meio desse bando de idiota.
E eu tenho medo de ninguém nunca descobrir isso.
De que vai ter adiantado isso tudo?

sábado, 8 de agosto de 2009

me converti

Mudei de opinião. Não acho mais que a vida não tem sentido. Eu acho que o sentido da vida é o conhecimento. O ser humano evolui. Algum dia a gente vai ter capacidade de compreender... essa coisa, que é a vida. Ednaldo Ernesto e Flávia me converteram.
Quando Paul McCartney, bem novinho, fumou maconha a primeira vez numa festa louca aí depois de uma turnê, ele achou que tinha descoberto o sentido da vida. Pediu pra não-sei-quem anotar num papel, porque ele sabia que no dia seguinte ele não lembraria. No outro dia, ele leu o papel. Tinha escrito: There are seven levels.
Acho que Paul McCartney estava certo. Em seja lá o que ele queria dizer.
Não sei se Ednaldo e Flávia me converteram tanto a ponto de eu achar que há "vida" após a morte. Mas o raciocínio faz sentido. Pra que tudo isso? Eu não acho que eu vá ter o mesmo destino de um animal e apodrecer na terra. Há algo a mais em mim, a consciência, a tal da alma. E isso não é material. Isso é energia, é eterno. O conhecimento que você adquire na vida não é desperdiçado. Mas aí eu volto pra o mesmo ponto: e por que a vida tem que ter um sentido? Pode ser que tudo isso seja inútil, mesmo. Que a gente fica a vida toda zanzando, tentando prolongar essa estadia miserável, adquirindo conhecimento... pra nada, mesmo.
Do pó viemos, e ao pó voltaremos.
E...?

trabalho da escola

Na Modernidade (na crise da Pós-Modernidade), a religião (Deus, o Sagrado) tem sentido?

Minha resposta pra essa pergunta é não. No começo, fiquei muito em dúvida sobre o que responder, e primeiro escrevi que via sentido sim. De fato, acho que o sentido de alguma coisa é atribuído por cada um, e a religião tem muitos aspectos positivos que a faz ter, sim, um sentido. A resposta a essa pergunta é relativa. Mas, no geral, eu acho que não há mais sentido em ter uma religião, cultuar um deus, considerar alguma coisa sagrada.
Quando se iniciou o movimento Renascentista, a religião começou a perder lugar pra uma onda de racionalismo que se disseminou pelo mundo. Aliás, desde os gregos, se questionava o modo de pensar que não fosse filosófico, mas a Europa às vezes tem uns retrocessos loucos. Mas, initerruptamente, foi desde o Renascimento que começou essa revolução científica e filosófica. Não é que o povo tenha deixado de crer, mas pelo menos questionava e tentava chegar a Deus pelo menos de uma maneira mais lógica, racional, tipo Descartes. Eu não acho que a visão racionalista das coisas seja necessariamente a visão correta, mas o Renascimento, indiscutivelmente, abriu os olhos da humanidade, abriu as mentes condicionadas do Feudalismo. Eu acho que, na Modernidade, depois de tanta evolução do ser humano, é muito medíocre você se prender a uma instituição cujas doutrinas é preciso aceitar sem questionamentos. Uma instituição que existe há tanto tempo e nunca se reciclou nem nada. Que é antiquada, como a Igreja Católica, por exemplo. Que segue à risca um livro escrivo há milhares de anos. Pra mim, isso limita a capacidade humana de pensar. Na verdade, eu acho que ninguém devia se atrelar a nenhuma crença, e ser eternamente céticos. Cético no sentido de que duvida de tudo, pois eu acho que, na vida, tudo é possível. Quando você se converte a uma religião, você toma aqueles dogmas pra sua vida, e daí em diante, é isso que vai reger suas atitudes e pensamentos. O ser humano tem que buscar evoluir, adquirindo conhecimento sobre a vida. Religião é um cabresto.
Religião é também produto cultural de um povo e de uma época, e eu acho que o momento da humanidade agora é outro. Não é mais o momento de se atrelar a religiões, e sim buscar novos caminhos para entender a vida.
Quando se estuda História, fica evidente que Deus é uma coisa inventada pelo ser humano. Por isso, não acho racional crer em um Deus. Conheço agnósticos, ou pessoas que ficam "em cima do muro" - ou seja, que não negam nem afirmam a existência de Deus -, que consideram o ateísmo uma convicção tão absurda quanto a crença em um Deus. Isso porque eles acham que, na nossa insignificância perante o Universo, é prepotente e impossível querer afirmar se Deus existe ou não. Portanto, você tem que ficar sem opinião. Pode existir, pode não existir. Bom, eu concordo, e faz sentido. Aliás, meu discurso se parece com esse, e já discuti sobre isso durante horas e horas com um agnóstico e não cheguei a lugar nenhum, porque eu falava a mesma coisa que ele, mas no final concluía: "portanto, eu sou atéia". Aí ele dizia que eu tava sendo ilógica. Mas eu concordo. Eu acho que o ser humano não é capaz de afirmar se essas coisas grandiosas que envolvem o Universo e a vida existem ou não. Por isso, na verdade eu sou uma pessoa sem opinião. Eu vivo como uma criança que nunca ouviu falar em Deus. Como eu acho que Deus é uma coisa cultural, se você crescer sem ter nunca ouvido falar nessa teoria, nessa polêmica, nesse debate, você não vai nem ficar em dúvida porque pra você essa problemática nem existe. Eu vivo como se fosse assim. Porque eu acho que cogitar a existência de Deus, haver esse debate sobre se Ele existe ou não, é completamente absurdo. É como se eu chegasse pra ti e perguntasse, "Ei, e aí, qual sua opinião? Você acha que existe um porco cor-de-rosa voador que vaga pelo Universo?". A gama de coisas que podem existir ou não (já que a gente não sabe), ou melhor, a gama de coisas que não existem, é infinita. Pra mim, discutir essa discussão (cacofônico, mas fazer oque), que começou justamente por uma invenção do ser humano pra explicar a vida... não faz sentido. Até porque eu acho que, pelo mesmo motivo do ser humano ser muito insignificante em relação a toda a grandeza do Universo, é muito prepotente nós querermos analisar a vida de um ponto de vista humano. Querer saber o porquê, o motivo, o sentido... são necessidades muito humanas. Só porque a gente sente necessidade de encontrar um sentido pra vida, não quer dizer que haja um. Acho que a vida é puro acaso.
Pode ser que Deus exista. Como pode ser que exista um porco cor-de-rosa vagando por aí. Como pode ser que existam espíritos. Como pode ser qualquer coisa. A vida é uma loucura. Tudo é possível. Eu ficar refletindo sobre as inúmeras possibilidades que esse Universo me proporciona... não vai me fazer chegar a lugr nenhum. Eu tenho a minha crença (sim, dizem que o ateu é aquele que não tem crenças ou religiões, mas, na verdade, ser ateu também é uma forma de crença. Afinal, nessa vida, não temos certeza de "nada", então, tudo na vida é o que a gente acredita). E a minha crença não é que "Deus foi quem fez... Deus foi quem começou... Deus é quem rege... Deus comanda...". Minha crença é: Deus É. Deus é energia. Deus é a Vida. Eu sou Deus. Nós somos Deus. Tudo no Universo está interligado. Alguma coisa começou tudo isso, e eu e todos nós somos parte disso.
Eu sinto que a gente faz parte de alguma coisa grande, não uma coisa "maior", como gostam de dizer. Não acho que nada esteja acima de nós, nós somos tão importantes pra esse Universo como são as galáxias e a menor das formigas. Tudo é equilíbrio. Eu acho legal gente meio hippie, que cultua a natureza e a vida, porque isso é o que merece ser cultuado, não um tal de Deus abstrato que foi feito à imagem e semelhança do Homem, como disse Nietzsche. Aliás, li que Nietzsche dizia que era bom ele ter todos os problemas de saúde que ele teve a vida toda, problemas de vista e tal, porque aí ele não pôde ler os outros autores da época e não teve suas idéias e obras influenciadas por ninguém. Digaí o que é retórica né. Isso que eu gostei em "Quando Nietzsche Chorou". Aquele cara lá, o autor, idealizou uns diálogos muito interessantes. Breuer vai cuidar de Nietzsche, ele tá doente, tá fudido, e ele não quer ser curado. Digaí a capacidade da pessoa de argumentar. Ele mostra que é melhor pra ele permanecer doente!
Mas enfim. Nietzsche pôde desenvolver sua própria filosofia. Eu acho que o sentido da Modernidade está aí: em cada um tentar desenvolver sua própria religião.
A educação tá muito errada.
Ficam mandando os jovens fazerem redação sobre temas humanitários pra despertar a conscientização de cada um, mas aí o aluno fica condicionado a escrever coisas piegas e bonitas e clichês e escreve sobre a fome sem nem fazer idéia do que é isso. Uma coisa que se cobra das pessoas é a capacidade de se colocar no lugar do outro, mas isso é muito difícil, ainda mais pra um aluno de classe média, como eu, que nunca fiquei mais de 1h com fome.
Eu não sou capaz de dissertar sobre esse tema. Não entendo quão hediondo é o crime da fome no mundo. Nunca sofri isso na pele nem nunca vi isso de perto. Peça pra um sudanês escrever no meu lugar.

Platão (????)

Platão estava certo. O mundo das idéias existe, e o nosso mundo é só uma cópia imperfeita dele. Nunca esse mundo será perfeito. O ideal é, como disse Platão, outro mundo. Mesmo que os sábios tentem nos tirar da caverna e nos levar para o mundo ideal, nós sempre os mataremos. Desde o século XVII, O Iluminismo e tudo o mais, que se fala em Igualdade, Fraternidade, Liberdade, ciência, e esses valores são os ideais até hoje. Ideais. Nunca reais.
Séculos passaram e isso não mudou nem nunca vai mudar. Existem gênios no mundo como Saramago, Machado de Assis, Gandhi, mas as pessoas não aprendem com eles. A natureza humana, egoísta, gananciosa, capitalista, consumidora, medíocre, fútil, nunca será capaz de atingir esses ideais.

oi

Não sei porque eu resolvi fazer esse blog. Talvez porque eu tenha a pretensão de achar que às vezes eu escrevo coisas que valem a pena serem lidas.
Acho que vou usar isso aqui pra despejar meus pensamentos. Pra dar uma aliviada na cabeça. Tirá-los da mente, que nem Dumbledore faz usando sua Penseira.
Ok, essa foi uma comparação péssima.
Mas quando eu era mais nova eu era fã de Harry Potter. E não me envergonho disso! Harry Potter era massa. Comparam com Crepúsculo, mas eu acho muito melhor. Crepúsculo é um livro muito mais direcionado pra um público específico. De Harry Potter, gostam adultos, jovens, crianças... Ambos são livros que, segundo minha antiga professora de literatura, retomam o romantismo, pois falam da fantasia, do mundo idealizado, o mundo dos bruxos e dos poderes e dos vampiros gostosos (minha gente, alguém entendeu aquele Robert Pattinson?? Mermão, o cara é um GOSTOSO!!!! E por coincidência (?), ele atuou como Cedrico Diggory no 5º livro de Harry Potter, mas tudo bem)... só que Crepúsculo é totalmente pra menina adolescente. É aquele amor impossível, oh, Edward que é lindo e é aquilo e que protege Bella... e sexo e drogas e rock'n'roll, que é bom, nada. Saiu até uma reportagem na SuperInteressante sobre isso, "Como fazer um best-seller perfeito", sei lá, algo assim, "pra ser aprovado pelos pais", sei lá.
Mas enfim, onde é que eu estava? Ah, esse blog. Bom, eu nem sei usar isso direito. Espero que ninguém nem o acesse. Ainda mais com essa queimação no primeiro post. EIUhIOEUHoIEU
Me amo, eu to sendo aquelas pessoas idiotas que eu critico do orkut, que querem ter privacidade num perfil online. Eu amo esse povo que não deixa ver scrap nem foto e tal.. oxe, vá se fuder. EIOUhEOIUE
Enfim, xau.