quinta-feira, 22 de outubro de 2009

educação e autoridade

por Lya Luft:

Antes de uma palestra sobre Educação para algumas centenas de professores, um jornalista me indagou qual o tema que eu havia escolhido. Quando eu disse: Educação e Autoridade, ele piscou, parecendo curioso: "Autoridade mesmo, tipo isso aqui pode, aquilo não pode?". Achei graça, entendendo sua perplexidade. Pois o tema autoridade começa a ser um verdadeiro tabu entre nós, fruto menos brilhante do período "É proibido probir", que resultou em algumas coisas positivas e em alguns desastres - como a atual crise de autoridade na família e na escola. Coloco nessa ordem, pois, clichê simplório porém realista, tudo começa em casa.

Na década de 60 chegaram ao Brasil algumas teorias nem sempre bem entendidas e bem aplicadas. O "É proibido proibir", junto com uma espécie de vale-tudo. Alguns psicólogos e educadores nos disseram que não devíamos censurar nem limitar nossas crianças: elas ficariam traumatizadas. Tudo passava a ser permitido, achávamos graça das piores más-criações como se fossem sinal de inteligência ou personalidade. "Meu filho tem uma personalidade forte" queria dizer: "É mal-educado, grosseiro, não consigo lidar com ele". Resultado, crianças e adolescentes insuportáveis, pais confusos e professores atônitos: como controlar a má-criação dos que chegam às escolas, se uma censura séria por uma atitude grave pode provocar indignação e até processo de parte dos pais? Quem agora acharia graça seria eu, mas não é de rir.

(...)Negar a necessidade de ordem e disciplina promove hostilidade, grosseria e angústia. Os pais, por mais moderninhos que sejam, no fundo sabem que algo vai mal. Quem dá forma ao mundo ainda informe de uma criança e um pré-adolescente são os adultos. Se eles se guiarem por receitas negativas de como educar - possivelmente não educando -, a agressividade e a inquietação dos filhos crescerão mais e mais, na medida em que eles se sentirem desprotegidos e desamados, porque ninguém se importa em lhes dar limites. Falta de limites, acreditem, é sentida e funciona como desinteresse.

Um não é necessário na hora certa, e mais que isso: é saudável e prepara bem mais para a realidade da vida (que nem sempre é gentil, mas dá muita porrada) do que a negligência de uma educação liberal demais, que é deseducação(...) Pobres pais atormentados, pobres professores insultados, e colegas maltratados. Mas, sobretudo, pobres crianças e jovenzinhos malcriados, que vão demorar bem mais pra encontrar seu lugar no grupo, na comunidade, na sociedade maior, e no vasto mundo.

Não acho graça nesse assunto. Meus anos de vida e vivência me mostraram que a menidade, que faz na escola ou nas ruas e festas uma baderna que ultrapassa o divertimento natural ao seu desenvolvimento mental e emocional, geralmente vem de casas onde tudo vale. Onde os filhos mandam e os pais se encolhem, ou estão mais preocupados em ser jovenzinhos, fortões, divertidos ou gostosas do que em ser para os filhos de qualquer idade algo mais do que caras legais: aquela figura à qual, na hora do problema mais sério, os filhos podem recorrer porque nela vão encontrar segurança, proteção, ombro, colo, uma boa escuta e uma boa palavra.

Não precisamos de muito mais do que isso para vir a ser jovens adultos produtivos, razoavelmente bem inseridos em nosso meio, com capacidade de trabalho, crescimento, convívio saudável e companheirismo, e, mais que tudo, isso que vem faltando em famílias, escolas e salas de aula: uma visão esperançosa das coisas. Nesta época da correria, do barulho, da altíssima competitividade, da perplexidade com novos padrões - às vezes confusos depois de se terem quebrado os antigos, que em geral já não serviam -, temos muita agitação, mas precisamos de mais alegria.
"Suas vidas lhes parecem bem aborrecidas pois, desde o instante que uma contrariedade lhe chega, a alegria em vocês desaparece muito rápido porque vocês a substituem pela decepção".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

chá



Sempre achei super divertido ficar brincando com o sachê do chá.
Amassá-lo, espremê-lo na água quente.
Se não me falha a memória, isso até me rendeu uma boa queimadura, quando eu era pequena.

Não sei se é resquício de infatilidade, mas ainda faço isso.

domingo, 11 de outubro de 2009

amor

Amor não tem uma fórmula pré-determinada. Infelizmente, fomos criados à base de comédias românticas holywoodianas e clichês, que nos fazem ter uma idéia completamente equivocada do amor.

De vez em quando a gente faz umas descobertas geniais pra nós mesmos, não é? Hoje, eu descobri, mais uma vez, o homem da minha vida. Eu sei que ele me ama, e definitivamente não é no estilo comédia romântica holywoodiana e clichê, mas é amor. E aí eu percebo quão idiotas são todas as minhas nóias periódicas. Queria não esquecer disso nunca, ser feliz sempre...

Não sei explicar, só sei sentir. O quanto ele me faz bem.



Obrigada por tudo.

sábado, 10 de outubro de 2009

foie gras

Crueldade

Muitos contestam o método de alimentação dos gansos e patos, considerando-os forçados e cruéis. Eles usam o termo gavage, que em francês significa "estufado por alimentação em excesso" (e também é um termo médico para a alimentação daqueles que não podem fazê-los sozinhos). Após pressão política de organizações de direitos dos animais, certas jurisdições baniram a prática de gavage.

Muitos produtores de foie gras não consideram seus métodos cruéis, insistindo que é um processo natural que explora a capacidade do animal. Eles argumentam que patos e gansos ingerem grandes quantidades de alimento antes da migração. Salientam ainda que patos e gansos não possuem o reflexo de engasgar, não sentindo assim nenhum desconforto.

No final de uma coalizão francesa de grupos protetores dos direitos dos animais publicou a Proclamação Pela Abolição do Gavage, clamando que a prática de alimentação forçada já é ilegal, baseando-se nas leis atuais de proteção aos animais na França e na União Européia. Entretanto, essas leis deixam muita margem à interpretação. O Conselho da União Européia publicou a Diretiva 98/58/EC em 98 concedendo proteção aos animais das fazendas. A diretiva estipula que "produtores ou donos de animais devem assegurar o bem dos animais e cuidar para que esses animais não sofram desnecessariamente".

Um relatório científico da União Européia aponta que a mortalidade dos animais aumenta de 10 a 20 vezes durante o período de alimentação forçada. Além disso, enquanto as conseqüências da alimentação forçada em pássaros é reversível, o "nível de esteatose deveria ser considerado patológico".

O relatório da União Européia também enfatiza que a contínua alimentação forçada causa a morte prematura dos animais. Também reconhece que os produtores não colocam os fígados de seus pássaros em um estado patológico. O tempo de engorda dos fígados é cuidadosamente controlado para que o animal seja abatido antes que haja risco à saúde. Um animal que pára o processo de alimentação forçada retorna ao seu peso normal. Produtores e o relatório também respondem às críticas da crescente mortalidade ao notar que a mortalidade geral de patos e gansos na produção do foie gras é muito menor que nas fazendas que engordam galinhas e perus.

Algumas afirmações fisiológicas alegadas pelos produtores são contraditas no relatório da União Européia. Em resposta ao engasgo das aves, o relatório diz, "a área da orofaringe é particularmente sensível e é fisiologicamente adaptada para produzir um reflexo de engasgo para prevenir que fluidos entrem na traquéia. A alimentação forçada teria que contornar esse reflexo, já que para as aves isso é forçoso e pode ocasionar danos". Alguns críticos argumentam que os pássaros estariam melhores se fossem sedados antes de serem alimentados. Outros sugerem a remoção cirúrgica do fígado dos pássaros que morreram de causas naturais e então inseri-los em soluções de gelatina, álcool e manteiga.

Grupos de indústrias afimarm que a alimentação forçada não é cruel e mesmo que os animais apreciam esse tratamento. O comitê da União Européia levou adiante vários testes para detectar dor ou estresse através da observação dos hormônios e todos eles foram inconclusivos ou sem diferenças significativas. O comitê não observou quaisquer sinais de que os animais apreciavam a alimentação forçada, e observou que patos tentavam fugir quando seu alimentador entrava na sala. (:'() Entretanto, veterinários que trabalham em fazendas de foie gras têm observado um comportamento que indica que os animais apreciam a alimentação forçada.

Alguns produtores de foie gras dos Estados Unidos procuram proteção como "exceção cultural", semelhante às touradas no sul.

Em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Foie_gras

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

idiot, slow down


Eu tava com uma vontade de escutar No Surprises. Como eu ia tomar banho, coloquei o cd no som, pensando em escutar enquanto o fazia. Só que No Surprises é uma das últimas músicas do Ok Computer, e eu tava afim de demorar no banho, escutando músicas aleatórias. Aí coloquei no shuffle. Eu esperaria ela tocar. Não seria problema nenhum, já que todas as músicas do álbum são ótimas... e alguma hora ela iria tocar, né. Mas ela foi a primeira.

Depois veio The Tourist. Linda música, linda... é engraçado, à medida que eu ia escutando o cd, cada música que começava, era um êxtase: "caralho, eu adoro essa música!", EIouhEOIUe claro, eu adoro todas! Esse álbum é maravilhoso.

Aí eu lembrei que a primeira vez que eu ouvi The Tourist foi porque Paulo me mandou. Não Paulo, Paulo. Paulo, o outro. O primeiro. O Belo. Hahaha. Não que o outro não seja belo... só que esse é com letra maiúscula.

Fiquei pensando em como uma pessoa, que fez parte da minha vida por um tempo relativamente curto, pôde mudá-la tanto. Acho que foi nesse momento que eu comecei a gostar de Radiohead. E hoje em dia eu gosto bem mais até do que ele. Kekeke. Ele nem foi pro show em São Paulo. Eu nunca conseguiria não ter ido.

E fiquei tão feliz, ao perceber em como a gente interfere, sem nem perceber, na vida do outro. Me lembro novamente da minha epígrafe de Ensaio sobre a cegueira, uma das partes que mais me marcaram durante a leitura do livro: "Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão(...)".

Depois veio Climbing Up The Walls e Lucky. Putz, eu queria muito ter uma banda cover de Radiohead pra tocar essas músicas, haha.

Bom, é isso. Sejam bons para as pessoas. Às vezes você deixa uma marca na vida delas, e nem percebe. Essa marca pode ser positiva ou negativa. Só depende de você.

Deixo aqui o vídeo de The Tourist.